segunda-feira, 31 de outubro de 2011
O rapaz e o grilo
Era uma vez um grilo, que vivia num buraquinho no meio de um campo. Perto do buraquinho do grilo, que era a sua casa, passava uma estrada. Por essa estrada passava todos os dias, a caminho da escola, um rapaz.
Quando passava perto do buraquinho do grilo o rapaz ouvia-o cantar. Parava então, a escutá-lo. Gostava muito daquela melodia.
O grilo cantava e cantava, sem saber que havia alguém a escutá-lo.
Um dia o rapaz resolveu apanhá-lo. Pé ante pé, quando o grilo estava fora do buraquinho a cantar, o rapaz aproximou-se por trás e apanhou-o. Meteu-o numa gaiola e levou-o para casa.
O grilo não gostou nada de se ver assim fechado. Sentia falta da sua casa, do cheiro da terra, da erva fresquinha, das flores.
O rapaz dava-lhe alface para ele comer, mas o grilo depressa enjoou, de comer sempre a mesma coisa. Ainda por cima, ele nunca tinha comido alface, até àquela data. Não apreciava o sabor, mas tinha fome e por isso comia. Depois deixou de comer.
O rapaz andava triste, porque o grilo não cantava. Desde que o metera na gaiola e o levara para casa, o grilo nunca mais cantou.
A mãe disse-lhe que o grilo não cantava porque tinha saudades da sua casa. O rapaz resolveu soltá-lo.
No dia seguinte, ao ir para a escola, levou a gaiola do grilo com ele. Chegando ao local onde ficava o buraquinho do grilo, soltou-o.
O grilo fugiu imediatamente, à procura da sua casa.
O rapaz foi para a escola.
Quando voltou das aulas, à tardinha, passou perto do buraquinho do grilo e ficou contente: o grilo estava a cantar.
Deixou-se ficar, a escutá-lo.
Depois foi para casa, muito contente, a assobiar.
Felipa Monteverde
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